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17 DE MARÇO, GREVE NACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ESCOLAS ENCERRADAS E SEM ATIVIDADES LETIVAS NA ZONA SUL

APESAR DAS DIFICULDADES CRIADAS, DA CONTRAINFORMAÇÃO, DAS AMEAÇAS E DO ASSÉDIO SOBRE DOCENTES E NÃO DOCENTES

Greve da Administração Pública encerrou muitas escolas e teve adesão significativa

DADOS  ATÉ ÀS 12h00 na ZONA SUL:

EB23 Andre de Resende (Évora) – encerrada

ES Severim de Faria (Évora) – encerrada

EB23 Nisa (Portalegre)- encerrada

Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro Campo Maior – encerrado

Eb1 de Stº Aleixo – (Monforte) – encerrada

JI de Stº Aleixo – sem aulas

Eb1/JI de Assumar (Monforte) – encerrada

JPA Ponte de Sôr (Portalegre – sem aulas

Eb1 de Avis (Portalegre) – encerrada

Eb1 de Benavila – Avis – encerrada

Eb1 de Ervedal – Avis – encerrada

EB23 Santa Clara – Évora – sem aulas

Eb2/3 Afonso III – encerradas

EB23 de Reguengos – encerrada

ES de Reguengos de Monsaraz – encerrada

EB2,3 de Vendas Novas – encerrada

ES de Vendas Novas – encerrada

EBI de Alvito – encerrada

EB1 de Reguengos – encerrada

Eb1 S. Luis – Faro – encerrada

J. Inf Cavaleiro, S. Teotónio – sem aulas

EB1 de Alvito – encerrada
EB1 de Entradas (Castro Verde) – greve 100%

EB1 Horta das Figueiras (Évora) – encerrada

JI de Tunes (Silves) – encerrada

JI de Pera (Silves) – encerrada

JI de Armação de Pera (Silves) – encerrada

EB1 de Tunes (Silves) – encerrada

EB1 de Pera (Silves) – encerrada

Universidade Évora (polo Verney) 55% sem aulas

Centro Escolar de Serpa – encerrado

JI de Pias (Serpa) – encerrado

EB23/S de Almodôvar – encerrada

Centro Escolar n.1 de Castro Verde – 100% greve docente

EB1 de Mértola – encerrado

EB1 do Frei Aleixo (Vendas Novas) – encerrada 

NÃO DEIXAM DE SER PREOCUPANTES, CONTUDO, OS PROCEDIMENTOS ANTIDEMOCRÁTICOS QUE SE VERIFICARAM:

O Ministério da Educação não se quis “atravessar” e empurrou os diretores das escolas e dos agrupamentos para que cometessem os atos que, agora, poderão vir a ser alvo de queixa junto da PGR. O problema agravou-se com telefonemas de dirigentes da administração educativa regional para os diretores e com as pressões feitas por alguns destes sobre professores e educadores.

Em relação aos docentes, assistiu-se a tudo, com vários diretores a ameaçarem marcar falta injustificada a quem, estando adstrito a greve para qual foram decretados serviços mínimos, decidiu aderir àquela que não estava sujeita a tais serviços. Esquecer-se-ão esses dirigentes escolares que a ausência por greve não constitui uma falta, logo, não tem de ser justificada, nem pode ser injustificada? Esquecer-se-ão que a pressão continuada e com ameaças sobre os trabalhadores docentes e não docentes constitui uma forma de assédio punível civilmente?

O ME sabe que não podia impor serviços mínimos a quem aderisse à greve da Função Pública, pois não foram decretados para esta greve; sabe, ainda, que os serviços mínimos aplicáveis a uma greve não se estendem a outras, como esclareceu o colégio arbitral que os decretou para 2 e 3 de março, não aceitando que o ME desistisse do pedido feito, exatamente por não haver extensão de serviços mínimos.

Daí que a administração educativa tenha enviado às escolas uma informação em que afirma que foram decretados serviços mínimos para 17 de março, mas não identifique a greve que a eles ficou sujeita; daí que na mesma informação refira que os diretores têm competências de direção, gestão e distribuição de serviços aos trabalhadores não docentes, mas não refira expressamente que lhes compete elaborar listas com a designação desses trabalhadores para o cumprimento de serviços mínimos, pois sabe que a sua entidade empregadora não pediu esses serviços, não foi ouvida sobre os mesmos e não delegou competência nos diretores para a designação dos seus trabalhadores em dia de greve; daí a afirmação de que o ME tem legitimidade para pedir serviços mínimos, como se fosse isso que está em causa e não, por um lado, a legalidade destes serviços (que o tribunal decidirá) e a legalidade de muitos professores terem sido impedidos de fazer greve, com o recurso às mais diversas formas de assédio.

A propósito dos serviços mínimos, a FENPROF denuncia ainda a forma como as estruturas regionais da administração educativa estão a dar informação sobre estes para dias em que não há qualquer greve. Por exemplo, a DGEstE Centro afirma que o falecimento de um familiar pode ser atendível , acrescentando que, no entanto, não pode pôr em causa serviços mínimos; quanto às consultas médicas, afirma que podem ser mudadas, esquecendo que, muitas vezes, só para meses depois.

Na Guarda, num dos agrupamentos, como em outras escolas e agrupamentos, os serviços mínimos foram aplicados em dia de reunião sindical, apesar de não haver um único docente em greve, pretendendo a direção que, agora, os professores justifiquem as faltas com… declaração médica! Isto apesar de os professores estarem na escola.

Está a chegar-se ao absurdo. Por um lado, temos uma organização que vai apresentando sucessivos pré-avisos de greves que não servem os professores e a sua luta, dificultando-a e dificultando o quotidiano de cada docente, quer na sua vida profissional, quer pessoal; por outro, um ministério que aproveita esses pré-avisos para requerer serviços mínimos que, em muitas escolas, são máximos, sabendo que, em boa parte das vezes, nem sequer são formalmente contestados, com a apresentação de posição fundamentada junto do colégio arbitral; por último, diversos diretores (sendo de assinalar que nem todos entraram neste disparate) usam meios ilegítimos de pressão sobre os docentes para os obrigarem a cumprir, em muitos dias, mais horas, até, do que as que registadas no seu horário de trabalho.