É urgente parar a guerra! É urgente travar o massacre!
É preciso tudo fazer para impedir que ocorra uma ainda maior e terrível
tragédia na Faixa de Gaza, uma autêntica prisão a céu aberto cercada há mais
de 16 anos por Israel onde sobrevivem mais de 2 milhões de pessoas.
A brutal agressão de Israel contra a população palestiniana da Faixa de Gaza,
acompanhada por acções violentas e ataques de colonos armados na
Cisjordânia, já provocou, nestes dias de autêntica barbárie, muitos milhares
de mortos – crianças, tantas crianças, mas também mulheres e homens de
todas as idades, famílias inteiras – e os feridos ultrapassam já, e muito, os 10
mil.
Gaza está sem luz elétrica, sem água, sem comida, sem medicamentos.
Ambulâncias, pessoal médico, instalações médicas, hospitais, caravanas de
refugiados, bairros residenciais são alvo de ataques e de bombardeamentos.
Dezenas de trabalhadores de apoio humanitário e da ONU foram mortos pelos
ataques israelitas.
É preciso parar de imediato os bombardeamentos e impedir qualquer invasão
terrestre, que, a acontecer, configuraria, à luz das Convenções Internacionais,
um genocídio, provocaria uma guerra generalizada no Médio Oriente, com
consequências imprevisíveis no plano regional e internacional, mas sempre
dramáticas.
Denunciamos a profunda hipocrisia dos EUA, da União Europeia e de vários
governos europeus, incluindo o português, que com a retórica do ”direito de
resposta de Israel” alimentam o conflito e dão cobertura a castigos colectivos
sobre populações civis e a deslocações forçadas que colocam o povo
palestiniano entre a morte e a expulsão, acções que à luz do Direito
Internacional são crimes de guerra.
Todas as vidas contam, todas as vidas têm o mesmo valor e merecem ser
respeitadas, todas as acções que visem populações civis são censuráveis e
merecem a nossa condenação. É por isso que a paz tem de imperar. É
urgente um cessar-fogo imediato, para pôr fim às mortes, à violência e ao
sofrimento.
É preciso restabelecer o abastecimento de água, alimentos, energia e
combustíveis na Faixa de Gaza e permitir a entrada urgente da ajuda
humanitária. E é preciso, sobretudo, calar as armas de vez e trilhar os
caminhos da solução política para a questão palestiniana e para a paz no
Médio Oriente. Essa paz, que queremos justa e duradoura, só será possível
com o fim da ocupação, dos colonatos e de todos os outros instrumentos de
opressão e repressão e com a garantia dos direitos nacionais do povo
palestiniano – incluindo o direito ao seu Estado da Palestina, independente,
soberano e viável, nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Leste como capital e
assegurando o direito de regresso dos refugiados, como estipulam inúmeras
resoluções da ONU.
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O Conselho Português para a Paz e Cooperação
A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses /Intersindical Nacional
O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e Pela Paz no Médio Oriente