Cerca de um milhar de trabalhadores científicos desfilaram esta quarta-feira pela Avenida 24 de Julho, em Lisboa, até à Assembleia da República para exigir o fim da precariedade na Ciência e um efetivo reforço do investimento no Ensino Superior e na Ciência já no Orçamento do Estado para 2025.
Depois da grande manifestação de 2023, os trabalhadores científicos, independentemente do seu tipo de vínculo laboral (contrato de trabalho, contrato de bolsa de investigação ou vínculo pontual), da sua função (investigadores, docentes, técnicos, gestores de ciência e profissionais com funções próximas) ou do seu grau académico (doutorados e não-doutorados), voltaram a sair à rua, pois, como sublinhou Tiago Dias, coordenador do Departamento do Ensino Superior e Investigação da FENPROF, à chegada ao Parlamento, “está provado que, sempre que nos unimos, sempre que lutamos juntos, conseguimos ganhos”.
Esta manifestação teve como principal propósito exigir que o Governo, em particular, o Ministério da Educação, Ciência e da Inovação, e as Instituições de Ensino Superior e de Ciência deem uma resposta efetiva e imediata que ponha fim à precarização dos vínculos que abrangem investigadores, falsos docentes convidados, gestores e comunicadores de ciência e técnicos de investigação.
Entre palavras de ordem como “Ministro/FCT/Parlamento, escuta! Ciência está em luta!”, “Contratos sim! Bolsas não! Queremos a carreira de Investigação!”, os trabalhadores científicos que se juntaram à manifestação, exigiram:
- A garantia de financiamento consistente para o emprego científico de doutorados;
- A garantia de um mecanismo permanente de financiamento para a contratação para a carreira de investigação científica;
- A revogação do Estatuto do Bolseiro de Investigação e a substituição de todas as bolsas por contratos de trabalho;
- A integração permanente nas carreiras dos trabalhadores que desempenham funções técnicas, de gestão de ciência ou funções próximas;
- A integração permanente nas carreiras dos falsos docentes convidados;
- O fim ao subfinanciamento crónico das Instituições de Ensino Superior e de Ciência;
- A democratização das Instituições de Ensino Superior e Ciência.
Convocado por onze organizações do setor – FENPROF – Federação Nacional dos Professores, ABIC – Associação dos Bolseiros de Investigação Científica, SNESup – Sindicato Nacional do Ensino Superior, STARQ – Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia, OTC – Organização dos Trabalhadores Científicos, Universidade Comum, Associação de combate à precariedade: Precários Inflexíveis, Investigadores da FCUL, ITQB Post Doctoral Association, Núcleo de Investigadores da NOVA-FCT (SciNOVA-FCT), Núcleo de Investigadores do Instituto Superior Técnico (NInTec) e Núcleo de Investigador@s e Gestor@s de Ciência da NOVA FCSH -, o protesto teve início em frente ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação, passou pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e terminou em frente à Assembleia da República.